31 de outubro de 2010

“Aprendamos duas coisas. Que nesta altura dos acontecimentos, um soco na mesa, violento e sonoro, é mais importante do que sabermos da validade dos juízos sintéticos a priori. E que, do ponto de vista de um pensar brasileiro, Noel Rosa tem mais a nos ensinar do que o senhor Immanuel Kant, uma vez que a filosofia, como o samba, não se aprende no colégio”.

Roberto Gomes em Crítica da Razão Tupiniquim.

27 de outubro de 2010

“Não é fácil ser cronópio. Sei disso por razões profundas, por ter tentado sê-lo ao longo da vida; conheço os fracassos, as desistências e as traições. Ser fama ou esperança é simples, basta deixar-se levar e a vida faz o resto. Ser cronópio é contrapelo, contraluz, contrarromance, contradança, contratudo, contrabaixo, contrafagote, contra e recontra cada dia contra cada coisa que os outros aceitam e que tem força de lei. (...) Cronópios de todos os países, uni-vos! Contra os burros, os dogmáticos, os sinistros, os marrons, os agachados, os implacáveis, os micróbios. Cronópios! À frente, marchem!”

Um cronópio no México, de Júlio Cortázar. – Papéis Inesperados




8 de outubro de 2010

Ok, eu me rendo. Sexta-feira.


 (...) nascera a única música universal do século, algo que aproximava mais homens, mais e melhor do que o esperanto, a Unesco ou as companhias de aviação, uma música bastante primitiva para alcançar a universalidade e bastante boa para poder fazer a sua própria história com cisões, renúncias e heresias, com seu charleston, o seu black bottom, o seu shimmy, o seu foxtrot, o seu stomp, os seus blues, para admitir as classificações e etiquetas, o estilo isto ou aquilo, (...)
Fui!