31 de março de 2011
24 de março de 2011
Desenterrar seu próprio país
Gente das cercanias, moradores dos subúrbios da história, nós, latino-americanos, somos os comensais não convidados que se enfileiraram à porta dos fundos do Ocidente, os intrusos que chegam à função da modernidade quando as luzes já estão quase apagando – chegamos atrasados em todos os lugares, nascemos quando já era tarde na história, também não temos um passado ou, se o temos, cuspimos sobre os seus restos.
Octávio Paz, O labirinto da solidão e post scriptum.
Le pont de l`Europe, 1876 - Gustave Caillebotte
Mário de Andrade insistia: “é preciso cortar o cordão umbilical que os liga à França. Em vez de irem pavonear tolamente em Paris, os escritores devem pegar suas trouxas e desenterrar seu próprio país”.
Colado daqui
21 de março de 2011
“(...) Velho vai aí no sentido de ancianidade perene e não no particular desgaste. A gente nasce velho, dizia-me em Paris o grande poeta e romancista Jules Suppervielle. E depois, todo trabalho útil consiste no renovamento, na remoção do entulho de ancestralidade que cobre as adolescências suicidas, os mórbidos 18 anos de cada um ou a crosta que caracteriza os 25, os 30 e os 40 – essa crosta feita de recalques e preconceitos, da qual somente almas livres conseguem desembaraçar (...)”
Carta a um Torcida, Oswald de Andrade – Ponta de Lança.
17 de março de 2011
Trecho da carta de Maga a Rocamadour
“É assim Rocamadour: Em Paris, somos como cogumelos, crescemos nos corrimões das escadas, em quartos escuros onde cheira a gordura, onde a gente faz amor o tempo todo e, depois, frita ovos e põe discos de Vivaldi, acende cigarros e fala como Horacio e Gregorovius e Wong e eu, Rocamadour, e como Perico e Ronald e Babs, todos nós fazemos amor e fritamos ovos e fumamos, ah!, nem podes imaginar tudo o que fumamos, o tanto que fazemos amor, parados, deitados, de joelhos, com as mãos, com as bocas, chorando ou cantando...”
Capítulo 132
Rocamadour é uma comuna francesa na região administrativa de Midi-Pyrénées, no departamento de Lot, sudoeste da França. Fica na antiga província de Quercy. Significa: "roc amator, amante das rochas". É um ponto turístico e de peregrinação pois, segundo a tradição, lá viveu o eremita Zaqueu de Jericó, morto por volta de 70 d.C., que amava as rochas, tendo cavado um eremitério numa delas. Ele teria trazido para Rocamadour a estátua da Virgem Negra, que no entanto é datada do séc. IX. Depois que foram reportados muitos milagres atribuídos ao túmulo de Zaqueu e ao santuário da Virgem, peregrinos famosos estiveram em Rocamadour. Lá também é feito um queijo de cabra que leva o nome da cidade.
12 de março de 2011
7 de março de 2011
Capítulo 121
Com tinta vermelha e manifesta complacência, Morelli copiara num caderno o final de um poema de Ferlinghetti:
Yet I have slept with beauty
in my own weird way
and I had made a hungry scene or two
with beauty in my bed
and so spilled out another poem or two
and so spilled out another poem or two
upon the Bosch-like world.
Lawrence Ferlinghetti (1919) é um poeta, editor e pintor da Geração Beat, mais conhecido pela sua obra poética e por ter sido o responsável pela divulgação em livro de todos os maiores expoentes daquele movimento e suas maiores obras.
mais poemas aqui
2 de março de 2011
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