30 de agosto de 2010

Semana do neversário: domingo.

Não saí no sábado e nem tenho mais aquela coisa de viver para esperar o fim de semana. Acho que isso é o peso dos trinta e cinco chegando. Trabalhei o sábado todo em projetos com a minha sócia. Depois, terminei o dia com três latinhas de cerveja, um único cigarrinho e aulas de xadrez no computador. Pois é. Acho que virei coroa mesmo! Então domingo começou a semana do neversário. Acordei às dez e todo mundo dormia aqui em casa. Fiz meu canecão de café e fui olhar pela janela. Do outro lado do córrego que passa na minha rua, um monte de gente mal vestida com crepe de seda celebrava um casamento no cartório. Estranho pra caramba! Voltei pra cama e fui dormir mais sem grandes expectativas.

Acordei duas horas depois com a Paty (Santa!) me acordando com uma latinha de cerveja. O namorado dela dormiu aqui em casa e fez um delicioso strogonofe de carne. É isso aí: comida de domingo em família com direito a discussão política na mesa. Calma, só durou um minuto e por causa da TPM. Fico implicante, confesso. Mas consegui me segurar. O que eu queria dizer é que essa filosofia de DCE é muito over e imatura. Não falei. Pois não quero ser uma coroa ranzinza.

Senti um treco estranho, como se tivesse num dia do século XX e fiquei hiper entediada, quase náuseas caíram feito uma bigorna na minha cabeça. Então recebi um convite irrecusável: ajudar a Paty se desapegar de certas “coisas” no guarda-roupa dela. Conclusão: meu guarda-roupa de verão está completo. E mais: várias fantasias de psicóloga. Ia terminar o dia na certeza que ele foi um porre. Mas é preciso ler os sinais. Por exemplo: encontramos um maço de Carlton cheinho durante a faxina. Eu disse CARLTON, e não Dunhill.

Isso é mágica!

Juntamos em poucas horas uma pilha de coisas pra jogar fora e doar. Depois, assistimos muito interessadas uma reportagem de ataques de animais a seres humanos. O do urso foi o mais legal. Parece que comeu metade da cabeça do cara que ainda sobreviveu para contar a história. Daí fui dar uma faxina na cozinha enquanto Paty quase se derreteu de rir com o Silvio Santos. Quando me dei conta já era meia noite e ATÉ meu all star eu lavei (RARIDADE). Tomei um banho delicioso, me besuntei de cremes, vesti meu pijama preferido (rasgado no meio das pernas) e esperei enroladinha no edredom a vida dar seu intervalo diário. Diferente de todos os outros dias o silêncio da madrugada fazia um chiado de vinil.

Não quis escutar música.

Dormi e não sonhei.

Um comentário:

  1. cortinas de seda
    o vento entra
    sem pedir licença
    Paulo Leminski

    Foi o que você escreveu. Beijos.

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