18 de novembro de 2010

Nas mãos (no capítulo 21)

René Crevel (1900-1935) é o mais esquecido dos surrealistas. Cinco adjetivos: 
Tuberculoso, passou temporadas em sanatórios.
Homossexual, esteve sempre rodeado de gente homofóbica (a mãe católica, o pontífice Breton, os comunistas).
Libertário, embarcou iludido no sovietismo francês.  
Inquieto, andou pelas ban- das da psicanálise, mas continuava a sentir-se "domador e fera" de si mesmo.
Tumultuoso e frágil, escreveu em 1925 que "A inteligência incita ao suicídio". Cumpriria essa vocação dez anos depois.

Citação:


"Esta noite sonhei - não é literatura - esta noite sonhei que não estava a sonhar. E afirmo que os pesadelos, mesmo para os mais assombrados de nós, apenas são ausências de pesadelo. A girar no vazio, o nosso espírito não poderia fazer-se à ideia de nunca mais girar. E na família dos nossos pensamentos, dos nossos amores, dos nossos ódios, é perpétua a história daquele homem que comia os filhos numa época de fome, para lhes preservar um pai".





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