9 de setembro de 2010

O segredo de Minos


Quando me aventurei a aprender jogar xadrez sozinha com o computador, a primeira descoberta que fiz – sempre pelo erro – foi que as Torres são exatamente torres no que elas têm de funções como: proteger e posição privilegiada de ataque. E só perdem em valor para as damas por não poderem se mover na diagonal. No mais, ela pode se deslocar à vontade ao longo das colunas e fileiras, o que dá uma folga e flexibilidade muito grande ao jogo. Para se ter idéia, qualquer que seja sua posição, a torre domina 14 casas.

Acho muito interessante a imagem das Torres. Elas simbolizam o estado de alerta percepção e de alerta novidade. Os cimentos da torre na época medieval eram de pedra e quase todas estavam feitas deste material, símbolo resplandecente de la Energia Sexual. Quando a gente tira a Torre num jogo de Tarô, ela representa a casa do Deus. Há também uma referência à história bíblica da Torre de Babel, em que Deus destrói uma torre construída pelo homem para chegar ao céu. E no Tarô mitológico grego refere-se ao labirinto do Minotauro. Aqui, a Torre tem a imagem psicológica da fachada socialmente aceitável que adaptamos para esconder nossa fera interior. Numa consulta, significa que as coisas que não se encaixam serão separadas definitivamente por Deus ou pelo Destino. Ou que, ao descobrir a própria natureza, ninguém pode mais fingir aos olhos do mundo.

Não sei até que ponto eu me deixo levar por isso. O que sei é que com as torres eu tenho a sensação do bote, do insight inesperado, da surpresa que armei bem na base do “quase sem querer”. Mas, como ainda estou no início das minhas especulações, termino por aqui. Preciso praticar mais e pegar intimidade. O que posso dizer, por hora, com certreza, é que adoro estas peças como se fosse uma Rapunzel que há muito se acostumou com seu cárcere. E, agora, descobriu uma nova forma de deixá-lo mais dinâmico.

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