"(...)Sem ênfase, com uma liberdade de gata a que eu sempre lhe fora agradecido, Tell sabia juntar-se com beleza a qualquer viagem de trabalho e a qualquer hotel para me proporcionar esse encontro de Paris com tudo que Paris era então para mim (com tudo o que Paris não era então para mim), aquele interregno neutro em que se podia viver e beber e fazer amor como se se gozasse de uma dispensa, sem faltar uma fé jurada, eu que não havia jurado nenhuma fé. Duas ou três semanas numa terra de ninguém, trabalhando para o vento e brincando de se amar (...)"
Cortázar, 62 Modelo para Armar
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